Saiba o que são plantas tigueras e como tratar este problema

Plantas tigueras são um tipo muito específico de erva daninha. A diferença entre uma e outra é que as tigueras são espécies frutíferas, normalmente de um cultivo anterior, que acabam brotando na safra atual. Isso ocorre em consequência de frutos ou sementes viáveis deixadas no solo durante a colheita.

Para entender exatamente como elas surgem, como evitá-las, quais são as dificuldades em contê-las e os prejuízos que elas podem causar, fique atento a este artigo! Nele, apresentaremos informações básicas para você lidar com este tipo de invasor.

Como evitar o surgimento de plantas tigueras 

Também conhecidas como guaxas ou voluntárias, as plantas tigueras impõem um desafio especial para os agricultores porque elas podem ser mais resistentes que uma erva daninha comum. Por serem restos de plantações antigas, elas são capazes de ter consigo todos os reforços nutricionais e de proteção que você eventualmente tenha usado para garantir a produtividade anterior.

Assim, não é toda substância que é capaz de lidar com elas. Claro que há produtos muito eficazes e específicos para serem utilizados no tratamento dessa invasora, mas o cuidado principal deve estar na prevenção. E isso começa com toda a preparação para o plantio.

Lembra que aqui no blog falamos sobre a importância da rotação de culturas? Trata-se de uma atividade fundamental para assegurar a qualidade do solo e proporcionar uma produtividade interessante para qualquer lavoura que seja cultivada. Entretanto, esse movimento requer cuidados, visto que é geralmente nesta fase do plantio que a germinação das plantas tigueras acontece.

Isso porque, ao trocar a cultura, algo pode ser deixado no solo e germinar enquanto a lavoura seguinte estiver se desenvolvendo. Assim, o preparo do solo é fundamental, tanto para arejá-lo quanto para impedir a infestação de outros tipos de pragas. Além disso, a colheita também merece um cuidado mais atento.

Se você tem milho e pretende rotacionar com soja, por exemplo, cuide para que as espigas não sejam deixadas no solo durante a colheita. Caso contrário, é possível que um pé de milho (ou mais de um) cresça entre a nova cultura, prejudicando todo o espaçamento, o planejamento nutricional e a exposição à luminosidade do cultivo atual.

Este é apenas um exemplo, mas pode ocorrer com qualquer cultura. O manejo inadequado durante o cultivo e o transporte de frutos e grãos são os principais motivos para surgimento das plantas tigueras. Então, são nesses processos que a sua atenção deve estar focada.

Vale lembrar, ainda, que as plantas tigueras não aparecem apenas por conta da rotação de culturas! Mesmo que você trabalhe com monocultura, o fato de aparecer entre as fileiras da lavoura atual um exemplar indesejado da anterior não é um sinal positivo. Lembre-se que não é à toa que existe um distanciamento entre as mudas! Toda proximidade mal calculada pode indicar prejuízo.

O perigo que esta companhia indesejada representa 

Saber que as plantas tigueras são apenas restos da cultura anterior parece um alívio, não? Afinal, elas não parecem causar algum mal muito grande. Mas não é bem assim! Como toda erva daninha, essas plantas indesejáveis competem com a cultura recém-instalada por água, luz e nutrientes.

No exemplo que apresentamos antes, sobre a presença de milho no meio da soja, há pesquisas que relatam perdas de produtividade que chegam a 70%. Outro perigo está relacionado às pragas. Há doenças que aparecem em uma cultura, mas não são exatamente comuns em outras. Contudo, com uma planta tiguera contaminada por perto, o risco de infectar a cultura em desenvolvimento é alto.

Principalmente no caso dos insetos-vetores. O tomate, por exemplo, costuma ser atacado por vírus trazidos por insetos. Se o tomate for uma planta tiguera em meio a outra cultura, esses insetos atraídos por ele podem levar doenças que de outra forma não chegariam à lavoura recém-implantada.